A procissão ainda vai no adro mas,
este ano, primavera fez-lhe muitos estragos na saúde. Para além da rinite
alérgica, já habitual, a sua depressão atacou mais forte do que nunca. Não tanto
por causa da tristeza e daquela choradeira inexplicável que repetidamente se apodera
da sua pessoa e a desconsola lá no fundo de si mesma, mas porque o seu corpo
deixou de funcionar. Sente-se fraca, não tem forças para nada. Até lhe custa
falar. E mete-se à cama…
Quando
ganha uma réstia de coragem e consegue sair de casa para ir comprar o pão ou fazer
qualquer outra compra ocasional, quase sempre esse comportamento, supostamente
banal, provoca reacções algo violentas por parte do marido e da filha. Não
aceitam que seja capaz de ir à rua e não arrume a casa e prepare as refeições.
Alegam que a doença é só preguiça (o que revela o seu mau carácter!). E, num
lampejo de maldade, atiram-lhe à cara:
- O que gostas é de dar água sem
caneco…
Moral da história: ninguém pode ser
aquilo não é?
PS:
felizmente a internet já começa a fornecer algumas
informações preciosas sobre como as famílias podem conviver e ajudar alguém que
padece de depressão. Eis alguns links:
- http://tarciocarvalho.wordpress.com/2011/03/23/depresso-e-o-apoio-da-famlia-o-que-voc-pode-fazer-para-ajudar/
- http://www.neuroestimulacao.com.br/blog.php?ver=2
- http://www.adeb.pt/sobre_adeb/publicacoes/guias/texto/familia.htm
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