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In: PapodeHomem |
Todos conhecemos na vida real
gente como nós, que daria uma excelente personagem de um conto ou de um
romance, já para não falar das telenovelas. E há figuras de uma qualquer ficção
que, em tantas ocasiões, dá vontade de transpor para a realidade. Esta, a
desconcertada vida de todos nós, é que complica tudo porque faz as coisas
acontecerem, tantas vezes, com uma precipitação que escapa à compreensão dos
mais bem intencionados.
Há momentos, em que no palco da
vida pode parecer que somos vítimas das circunstâncias, que tudo decorre de uma
vontade que não a nossa, imposto ao contrário da nossa vontade. Às vezes, é melhor assim! Espera-se que
tudo aconteça sem um gesto voluntário. Nós não estamos lá. Não estamos
implicados. Assim, quando nos excedemos e dizemos ou fazemos coisas
inaceitáveis (à luz dos padrões habituais) é o “outro” que intervêm. Nesta
concepção, o mal só pode vir de fora ou, então, é a consequência da revolta de
um recanto tresloucado do nosso ser.
É aquela parte “maligna”, que habita na nossa pessoa, quem actua e que
insistimos em não assumir como sendo o nosso Eu. O que é curioso é que a
tempestade, por muito violenta que seja, aparece sempre no mesmo sítio onde
antes predominou a bonança. O lado mau da vida é feito da mesma matéria prima
que a virtude. Não há vício sem pureza.
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