sábado, 12 de novembro de 2011

Números Redondos



Nos últimos dias o Blog http://viveradoisumdesafio.blogspot.com/ ultrapassou as 1000 visualizações. Soberbo!
O número 1000 constitui uma realidade aritmética deveras curiosa. Aliás, a semana que passou foi marcada por um palíndromo, 11/11/11, um número carregado de simbolismo. E repare-se que não sou adepto das teorias milenistas ou de outras concepções esotéricas. Mas tantos zeros emparelhados acabam por provocar uma certa distorção perceptiva e mexem com a consciência. Se dois zeros é muita coisa. Então, três zeros juntos é muito mais. Estilhaça a lógica! Como assinalei no post de 1 de Novembro, sabemos da complexidade dos fenómenos vivos que dois organismos associados representam muito mais do que a mera soma de cada um deles. Ao unirem esforços criam propriedades novas, diferentes. Aportam mais-valias, qualidades, virtudes, superam-se na exigência e fazem apelo a uma complexidade crescente. Assim, é um casal. O problema todo é que distraídos com as rotinas e as chatices do quotidiano nem sempre nos damos conta dessa infinita riqueza. Mas, com o passar do tempo, o caminho torna-se progressivamente mais estreito. Urge o bem-estar e a felicidade...
Os números redondos têm algo de especial, abraçam quem os escreve, numa suavidade especial, aconchegante e ternurenta, qual abraço. E quem não precisa de abraços?
Os abraços, maternais, amigos, apaixonados ou outros mais ou menos informais, distinguem-se de todas as restantes modalidades de interacção social. São intencionais, ao afirmar uma necessidade essencial, a de que precisamos deles. Por um abraço trespassa um afecto e cada afecto resgata uma certa inocência perdida. Às vezes, não falar é mentir, ainda que haja mentiras sinceras, caridosas. Se formos incapazes de falar (e há tantas circunstâncias em que ficamos bloqueados, mudos de palavras), pelo menos, vale a pena acolher o desejo de um abraço. É o que o tentarei fazer através deste Blog: sem indulgência, procurar estar atento ao desassossego da vida dos casais e descobrir as palavras no chão do quotidiano, nas esquinas da incerteza do Amor; descobrir, subitamente, um livro, um filme, uma canção, uma frase, um olhar que começa a falar-nos e que pode mudar a nossa vida. Vale acreditar nestes  precários milagres, pequenas preciosidades não valorizadas, porque passam despercebidas na pressa do consumismo que nos persegue. E, no fundo, sem delicadeza, vale a pena dizer que não ajuda nada culpabilizar alguém quando procuramos ser felizes. As Ilhas só existem no fundo da Solidão...

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