terça-feira, 29 de novembro de 2011
Um Microconto (entre muitos!) de Carlos Seabra
http://www.seabra.com/cgi-seabra/contos/randtxt.pl/contos.html
Com a quimioterapia, seu cabelo havia caído quase todo. Agora, com a luta vencida, deixou crescer cabelo e barba como um velho hippie.
PS, o meu comenário: Ser doente não é destino, mas quase sempre dá desatino...
segunda-feira, 28 de novembro de 2011
"J’aime la difficulté" - quem diria!
Zabou Breitman : "J’aime la difficulté" | Psychologies.com
A páginas tantas, na última Newsletter (28/11/2011) da apelativa Revista Psychologies diz-se que nós existimos sob o olhar dos outros. Funcionamos interiorizando aquilo que os outros representam para nós. Não há vida sem gente. As palavras de quem nos rodeia ganham um significado especial quando despertam vontades ou se são capazes de nos animar a alma. É o caso da actriz e realizadora francesa Zabou Breitman quando proclama aos descrentes da felicidade: "J’aime la difficulté"! Um exemplo a seguir...
domingo, 27 de novembro de 2011
sábado, 26 de novembro de 2011
Na paz de cada fim de semana
Sem destino, as palavras fluem na vontade inóspita de cada desejo. Estes, como os sonhos precisam de uma casa, um espaço onde sossegar ao fim da tarde. Amanhã, é um novo dia e eles retomam a busca de alguém que os queira acolher...
Em cada dia há sempre a possibilidade de nascer de novo. Para renovar os sonhos que nos animam. Assim, os sonhos ajudam a uma certa peregrinação interior. Essa a grande vantagem dos Fins de Semana, embrulham as futilidades acumuladas nos trabalhos e despertam a curiosidade para fazer coisas diferentes. Às vezes esqueçemos, mas a curiosidade é muito humana…
Auto-desconhecer-se! É tão triste ficar senil...
Com a senescência arriscamos a perder o sentido de orientação, acabamos por não saber onde estamos, quem nos rodeia, o que somos. É como se o tempo se desprendesse da Pessoa que somos, envergonhado de conviver com ela, remetendo-a a uma fragilidade absoluta, como o pobre gatinho que se atreve a dar os primeiros passos.
"Para lutar contra o anonimato das grandes cidades, J. nunca se esquece dos nomes das ruas ou dos números das portas!". Dicas...
sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Das intermitências dos desesperos nossos de cada dia
Elegia Desesperada
(Vinicius de Moraes)
Meu Senhor, tende piedade dos que andam de bonde
E sonham no longo percurso com automóveis, apartamentos...
Mas tende piedade também dos que andam de automóvel
Quantos enfrentam a cidade movediça de sonâmbulos, na direção.
Tende piedade das pequenas famílias suburbanas
E em particular dos adolescentes que se embebedam de domingos
Mas tende mais piedade ainda de dois elegantes que passam
E sem saber inventam a doutrina do pão e da guilhotina
Tende muita piedade do mocinho franzino, três cruzes, poeta
Que só tem de seu as costeletas e a namorada pequenina
Mas tende mais piedade ainda do impávido forte colosso do esporte
E que se encaminha lutando, remando, nadando para a morte.
Tende imensa piedade dos músicos de cafés e de casas de chá
Que são virtuoses da própria tristeza e solidão
Mas tende piedade também dos que buscam o silêncio
E súbito se abate sobre eles uma ária da Tosca.
Não esqueçais também em vossa piedade os pobres que enriqueceram
E para quem o suicídio ainda é a mais doce solução
Mas tende realmente piedade dos ricos que empobreceram
E tornam-se heróicos e à santa pobreza dão um ar de grandeza.
Tende infinita piedade dos vendedores de passarinhos
Quem em suas alminhas claras deixam a lágrima e a incompreensão
E tende piedade também, menor embora, dos vendedores de balcão
Que amam as freguesas e saem de noite, quem sabe onde vão...
Tende piedade dos barbeiros em geral, e dos cabeleireiros
Que se efeminam por profissão mas são humildes nas suas carícias
Mas tende maior piedade ainda dos que cortam o cabelo:
Que espera, que angústia, que indigno, meu Deus!
Tende piedade dos sapateiros e caixeiros de sapataria
Quem lembram madalenas arrependidas pedindo piedade pelos sapatos
Mas lembrai-vos também dos que se calçam de novo
Nada pior que um sapato apertado, Senhor Deus.
Tende piedade dos homens úteis como os dentistas
Que sofrem de utilidade e vivem para fazer sofrer
Mas tente mais piedade dos veterinários e práticos de farmácia
Que muito eles gostariam de ser médicos, Senhor.
Tende piedade dos homens públicos e em particular dos políticos
Pela sua fala fácil, olhar brilhante e segurança dos gestos de mão
Mas tende mais piedade ainda dos seus criados, próximos e parentes
Fazei, Senhor, com que deles não saiam políticos também.
E no longo capítulo das mulheres, Senhor, tenha piedade das mulheres
Castigai minha alma, mas tende piedade das mulheres
Enlouquecei meu espírito, mas tende piedade das mulheres
Ulcerai minha carne, mas tende piedade das mulheres!
Tende piedade da moça feia que serve na vida
De casa, comida e roupa lavada da moça bonita
Mas tende mais piedade ainda da moça bonita
Que o homem molesta — que o homem não presta, não presta, meu Deus!
Tende piedade das moças pequenas das ruas transversais
Que de apoio na vida só têm Santa Janela da Consolação
E sonham exaltadas nos quartos humildes
Os olhos perdidos e o seio na mão.
Tende piedade da mulher no primeiro coito
Onde se cria a primeira alegria da Criação
E onde se consuma a tragédia dos anjos
E onde a morte encontra a vida em desintegração.
Tende piedade da mulher no instante do parto
Onde ela é como a água explodindo em convulsão
Onde ela é como a terra vomitando cólera
Onde ela é como a lua parindo desilusão.
Tende piedade das mulheres chamadas desquitadas
Porque nelas se refaz misteriosamente a virgindade
Mas tende piedade também das mulheres casadas
Que se sacrificam e se simplificam a troco de nada.
Tende piedade, Senhor, das mulheres chamadas vagabundas
Que são desgraçadas e são exploradas e são infecundas
Mas que vendem barato muito instante de esquecimento
E em paga o homem mata com a navalha, com o fogo, com o veneno.
Tende piedade, Senhor, das primeiras namoradas
De corpo hermético e coração patético
Que saem à rua felizes mas que sempre entram desgraçadas
Que se crêem vestidas mas que em verdade vivem nuas.
Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto alegria e serenidade.
Tende infinita piedade delas, Senhor, que são puras
Que são crianças e são trágicas e são belas
Que caminham ao sopro dos ventos e que pecam
E que têm a única emoção da vida nelas.
Tende piedade delas, Senhor, que uma me disse
Ter piedade de si mesma e da sua louca mocidade
E outra, à simples emoção do amor piedoso
Delirava e se desfazia em gozos de amor de carne.
Tende piedade delas, Senhor, que dentro delas
A vida fere mais fundo e mais fecundo
E o sexo está nelas, e o mundo está nelas
E a loucura reside nesse mundo.
Tende piedade, Senhor, das santas mulheres
Dos meninos velhos, dos homens humilhados — sede enfim
Piedoso com todos, que tudo merece piedade
E se piedade vos sobrar, Senhor, tende piedade de mim!
(Vinicius de Moraes)
Meu Senhor, tende piedade dos que andam de bonde
E sonham no longo percurso com automóveis, apartamentos...
Mas tende piedade também dos que andam de automóvel
Quantos enfrentam a cidade movediça de sonâmbulos, na direção.
Tende piedade das pequenas famílias suburbanas
E em particular dos adolescentes que se embebedam de domingos
Mas tende mais piedade ainda de dois elegantes que passam
E sem saber inventam a doutrina do pão e da guilhotina
Tende muita piedade do mocinho franzino, três cruzes, poeta
Que só tem de seu as costeletas e a namorada pequenina
Mas tende mais piedade ainda do impávido forte colosso do esporte
E que se encaminha lutando, remando, nadando para a morte.
Tende imensa piedade dos músicos de cafés e de casas de chá
Que são virtuoses da própria tristeza e solidão
Mas tende piedade também dos que buscam o silêncio
E súbito se abate sobre eles uma ária da Tosca.
Não esqueçais também em vossa piedade os pobres que enriqueceram
E para quem o suicídio ainda é a mais doce solução
Mas tende realmente piedade dos ricos que empobreceram
E tornam-se heróicos e à santa pobreza dão um ar de grandeza.
Tende infinita piedade dos vendedores de passarinhos
Quem em suas alminhas claras deixam a lágrima e a incompreensão
E tende piedade também, menor embora, dos vendedores de balcão
Que amam as freguesas e saem de noite, quem sabe onde vão...
Tende piedade dos barbeiros em geral, e dos cabeleireiros
Que se efeminam por profissão mas são humildes nas suas carícias
Mas tende maior piedade ainda dos que cortam o cabelo:
Que espera, que angústia, que indigno, meu Deus!
Tende piedade dos sapateiros e caixeiros de sapataria
Quem lembram madalenas arrependidas pedindo piedade pelos sapatos
Mas lembrai-vos também dos que se calçam de novo
Nada pior que um sapato apertado, Senhor Deus.
Tende piedade dos homens úteis como os dentistas
Que sofrem de utilidade e vivem para fazer sofrer
Mas tente mais piedade dos veterinários e práticos de farmácia
Que muito eles gostariam de ser médicos, Senhor.
Tende piedade dos homens públicos e em particular dos políticos
Pela sua fala fácil, olhar brilhante e segurança dos gestos de mão
Mas tende mais piedade ainda dos seus criados, próximos e parentes
Fazei, Senhor, com que deles não saiam políticos também.
E no longo capítulo das mulheres, Senhor, tenha piedade das mulheres
Castigai minha alma, mas tende piedade das mulheres
Enlouquecei meu espírito, mas tende piedade das mulheres
Ulcerai minha carne, mas tende piedade das mulheres!
Tende piedade da moça feia que serve na vida
De casa, comida e roupa lavada da moça bonita
Mas tende mais piedade ainda da moça bonita
Que o homem molesta — que o homem não presta, não presta, meu Deus!
Tende piedade das moças pequenas das ruas transversais
Que de apoio na vida só têm Santa Janela da Consolação
E sonham exaltadas nos quartos humildes
Os olhos perdidos e o seio na mão.
Tende piedade da mulher no primeiro coito
Onde se cria a primeira alegria da Criação
E onde se consuma a tragédia dos anjos
E onde a morte encontra a vida em desintegração.
Tende piedade da mulher no instante do parto
Onde ela é como a água explodindo em convulsão
Onde ela é como a terra vomitando cólera
Onde ela é como a lua parindo desilusão.
Tende piedade das mulheres chamadas desquitadas
Porque nelas se refaz misteriosamente a virgindade
Mas tende piedade também das mulheres casadas
Que se sacrificam e se simplificam a troco de nada.
Tende piedade, Senhor, das mulheres chamadas vagabundas
Que são desgraçadas e são exploradas e são infecundas
Mas que vendem barato muito instante de esquecimento
E em paga o homem mata com a navalha, com o fogo, com o veneno.
Tende piedade, Senhor, das primeiras namoradas
De corpo hermético e coração patético
Que saem à rua felizes mas que sempre entram desgraçadas
Que se crêem vestidas mas que em verdade vivem nuas.
Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres
Que ninguém mais merece tanto amor e amizade
Que ninguém mais deseja tanto poesia e sinceridade
Que ninguém mais precisa tanto alegria e serenidade.
Tende infinita piedade delas, Senhor, que são puras
Que são crianças e são trágicas e são belas
Que caminham ao sopro dos ventos e que pecam
E que têm a única emoção da vida nelas.
Tende piedade delas, Senhor, que uma me disse
Ter piedade de si mesma e da sua louca mocidade
E outra, à simples emoção do amor piedoso
Delirava e se desfazia em gozos de amor de carne.
Tende piedade delas, Senhor, que dentro delas
A vida fere mais fundo e mais fecundo
E o sexo está nelas, e o mundo está nelas
E a loucura reside nesse mundo.
Tende piedade, Senhor, das santas mulheres
Dos meninos velhos, dos homens humilhados — sede enfim
Piedoso com todos, que tudo merece piedade
E se piedade vos sobrar, Senhor, tende piedade de mim!
Dos cobardes e enxovalhados não reza a História?
Poema em Linha Reta
Nunca conheci quem tivesse levado porrada.
Todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo.
E eu, tantas vezes reles, tantas vezes porco, tantas vezes vil,
Eu tantas vezes irrespondivelmente parasita,
Indesculpavelmente sujo.
Eu, que tantas vezes não tenho tido paciência para tomar banho,
Eu, que tantas vezes tenho sido ridículo, absurdo,
Que tenho enrolado os pés publicamente nos tapetes das etiquetas,
Que tenho sido grotesco, mesquinho, submisso e arrogante,
Que tenho sofrido enxovalhos e calado,
Que quando não tenho calado, tenho sido mais ridículo ainda;
Eu, que tenho sido cómico às criadas de hotel,
Eu, que tenho sentido o piscar de olhos dos moços de fretes,
Eu, que tenho feito vergonhas financeiras, pedido emprestado sem pagar,
Eu, que, quando a hora do soco surgiu, me tenho agachado
Para fora da possibilidade do soco;
Eu, que tenho sofrido a angústia das pequenas coisas ridículas,
Eu verifico que não tenho par nisto tudo neste mundo.
Toda a gente que eu conheço e que fala comigo
Nunca teve um ato ridículo, nunca sofreu enxovalho,
Nunca foi senão príncipe – todos eles príncipes – na vida…
Quem me dera ouvir de alguém a voz humana
Que confessasse não um pecado, mas uma infâmia;
Que contasse, não uma violência, mas uma covardia!
Não, são todos o Ideal, se os ouço e me falam.
Quem há neste largo mundo que me confesse que uma vez foi vil?
Ó príncipes, meus irmãos,
(…)
Arre, estou farto de semideuses!
Onde é que há gente no mundo?
Então sou só eu que é vil e errôneo nesta terra?
Poderão as mulheres não os terem amado,
Podem ter sido traídos – mas ridículos nunca!
E eu, que tenho sido ridículo sem ter sido traído,
Como posso eu falar com os meus superiores sem titubear?
Eu, que tenho sido vil, literalmente vil,
Vil no sentido mesquinho e infame da vileza.
Retirado do livro Poemas de Ávaro de Campos, edição de Cleonice Berardinelli (Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1999, pp.234-5)quinta-feira, 24 de novembro de 2011
A notícia do dia
O rosto do quotidiano fala-nos de greve geral e de crise (também geral, não apenas económica). Dois vocábulos, uma mesma realidade?
Avulsas e raras são as outras notícias, as que renunciam ao desespero e descrevem um cenário de bem-estar e de alguma felicidade colectiva. Desapareceram as notícias positivas… Qué delas?
Conseguiremos algum dia (futuro distante?) viver sem o desconforto? O espaço aberto da mente suportaria o irrazoável, aquele instante ficcionado e ainda não alcançado, em que o bicho Homem se liberta de tudo o que é mau e passa a abraçar o contentamento? É como imaginar o cérebro desprovido de todas as ideias, qualquer que seja a sua natureza: disparatadas, alegres, macabras, eróticas, obsessivas e todas as outras…Ficar no silêncio completo, sem nada entrando no corpo. Sem pensamento, sem sonhos, sem música. No nada de nada, nas fragrâncias irrequietas do vazio.
Não estamos preparados para não existir. Definitivamente, o mundo ficaria sem graça, tudo seria tão vago e indefinido.
Em contrapartida, o que temos neste quotidiano é pouco apelativo, incaracterístico, não nos enche as medidas e, hoje em dia, já não remedeia as necessidades básicas (dizem-nos, que o Estado Social está em vias de extinção, vai soçobrar à queda da própria União Europeia). É como caminhar num chão gelado e não sentir nada. Nada podemos esperar.
O que nos faz permanecer vivos, vale a pena lutar por objectivos ou ter esperança num mundo melhor?
De repente, num gesto de lucidez, no fulgor da coragem de cada pessoa, se quisermos, até somos capazes de redescobrir que, no triste espectáculo dos dias que passam, os afectos ainda subsistem, resistem que nem corajosos gauleses (Viva Astérix, meu irmão!). As pequenas coisas (gestos, decisões, etc), quando impregnadas de afectos, acabam por fazer a diferença. São elas que nos ajudam a alcançar os sonhos.
O tempo retira espaço de manobra a alguns dos ideais que alimentámos no passado. Mas os afectos não podem morrer…
O Amor e os restantes afectos extraem o que interessa, fazem a síntese do essencial. Eles são o nosso instinto de sobrevivência.
Não estamos preparados para não existir. Definitivamente, o mundo ficaria sem graça, tudo seria tão vago e indefinido.
Em contrapartida, o que temos neste quotidiano é pouco apelativo, incaracterístico, não nos enche as medidas e, hoje em dia, já não remedeia as necessidades básicas (dizem-nos, que o Estado Social está em vias de extinção, vai soçobrar à queda da própria União Europeia). É como caminhar num chão gelado e não sentir nada. Nada podemos esperar.
O que nos faz permanecer vivos, vale a pena lutar por objectivos ou ter esperança num mundo melhor?
De repente, num gesto de lucidez, no fulgor da coragem de cada pessoa, se quisermos, até somos capazes de redescobrir que, no triste espectáculo dos dias que passam, os afectos ainda subsistem, resistem que nem corajosos gauleses (Viva Astérix, meu irmão!). As pequenas coisas (gestos, decisões, etc), quando impregnadas de afectos, acabam por fazer a diferença. São elas que nos ajudam a alcançar os sonhos.
O tempo retira espaço de manobra a alguns dos ideais que alimentámos no passado. Mas os afectos não podem morrer…
O Amor e os restantes afectos extraem o que interessa, fazem a síntese do essencial. Eles são o nosso instinto de sobrevivência.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Coisas do Coração
http://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/56916/2/9282.pdf
Flavanóis, é um palavrão que diz muito
pouco ao comum dos mortais.
Mas
cacau e chocolate já fazem parte do jargão do nosso contentamento ou gula, mais
ou menos, disfarçada, e anti-oxidantes é um conceito que, através da Ciência, aprendemos a associar ao envelhecimento fisiológico. Estes alimentos terão um efeito que a evidência tem vindo a demonstrar, com consistência, que potencialmente será benéfico para a saúde. Para bem dos nossos pecados!
A volúpia precisa de calma, diz-se em relação ao Amor. Se
há alimentos com os quais criamos uma relação de grande intimidade, o
cacau e o chocolate destacam-se pelas unanimidades que despertam.
Em
anexo*, aconselho a leitura de um artigo científico elaborado em Portugal onde
se discute a actualidade da utilização destes alimentos na manutenção da saúde
cardiovascular.
Saboreiem
o mais que puderem!
*ver link: A Santos - Revista Factores de
Risco, nº 21 ABR-JUN, p. 12-17, 2011
domingo, 20 de novembro de 2011
As Hortas esperadas de cada Domingo!
“No tempo em que
havia quintas e hortas em Lisboa, e se ia para lá aos domingos, eu ficava em
casa. E em vez de ir para as quintas e para as hortas, em vez de apanhar couves
e de ordenhar ovelhas, lia poemas que falavam das quintas e das hortas de
Lisboa, como se isso substituísse o ar do campo e o cheiro dos estábulos. É por
isso que hoje, quando me lembro dos arredores de Lisboa onde havia quintas e
hortas, o que lembro são as horas de leitura de poemas sobre esses arredores, e
os passeios que eles me faziam dar aos domingos, substituindo os lugares reais
com mais exactidão do que se eu tivesse ido a esses lugares. Visitei, assim,
quintas e hortas pela mão do Cesário Verde e do Álvaro de Campos, e soube por
eles tudo o que precisava de saber sobre os arredores de Lisboa, que hoje já
não existem porque Lisboa entrou por eles e transformou as quintas em prédios e
as ovelhas em automóveis.
Não me
arrependo, então, de ter lido Cesário e Campos enquanto ouvia balir os rebanhos
que vinham pastar a Lisboa, nas traseiras do meu prédio, onde as mulheres das
hortas vendiam leite e queijo fresco, às escondidas da polícia. Hoje, já não
sei onde se escondem essas mulheres, nem há quintas e hortas em Lisboa; mas
ficaram os poemas que ainda me levam a passear às quintas e hortas que já não
existem, onde apanho couves e ordenho ovelhas por entre prédios e automóveis”.
in: Nuno Júdice, O
Estado dos Campos, Lisboa, Dom Quixote, 2003
Sob o olhar de uma criança, um Domingo banal
Hoje foi
mais um Domingo banal. As mesmas coisas aconteceram. Foi um Domingo como sempre,
nele tudo esteve igual a si mesmo, excepto a Alegria redescoberta daquela
menina... Uma Alegria natural, esperada, não súbita. E nessa diferença o nosso olhar também estava
outro, aberto à reconciliação com a vida. Há 15 dias atrás a menina
encontrava-se no leito de uma enfermaria... Sem o risco, a Alegria fragiliza-se, torna-se em algo previsível, faz parte das cansativas rotinas.
sábado, 19 de novembro de 2011
Uma questão de UNHAS!
Slideshow: What Your Nails Say About Your Health
Os nossos Antepassados e, actualmente, noutras Culturas ainda se valoriza o seu estado de conservação: as Unhas ajudam a apreciar a nossa Saúde. Fala-se muito de exames complementares de diagnóstico, sem eles a Medicina moderna não consegue sobreviver. O que é mais curioso é que o Corpo Humano, enquanto organismo vivo, oferece várias possibilidades para aferirmos os seus equilbrios internos: as Unhas, o Fundo Ocular, o Hálito, a Expressão Facial, a Postura, entre outros indicadores dinâmicos do estado de saúde e da vitalidade corporal...
sexta-feira, 18 de novembro de 2011
Desodeie, Provoque, VENDA ?
Benetton_Unhate_OBAMA_CHAVEZ_DPS.jpg (imagem JPEG, 620×438 pixels)
Desconfio sempre dos que não têm medo. Que arriscam. Que não sabem chorar. Que se sentem perfeitos. Que gostam de ser o "Senhor do Mundo".
quinta-feira, 17 de novembro de 2011
Ginástica para as Articulações!
Slideshow: Easy Exercises to Relieve Your Osteoarthritis Pain
A Idade está associada a problemas osteo-articulares, que acarretam limitações funcionais, na locomoção e na agilidade dos movimentos. Tendo dificuldades na marcha, a independência inidividual é posta em causa e começamos a depender de outras pessoas para sair de casa. Vale a pena prevenir ou, pelo menos, tentar atenuar este tormento!
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
sábado, 12 de novembro de 2011
A Paixão e a Democracia
Esta semana no programa “Quadratura do Círculo” (SIC - Notícias) o Presidente da
Câmara de Lisboa, Dr. António Costa, considerou que a “Democracia é como a
paixão: está sempre em perigo. Não é por se viver nela durante muito tempo que
se tem a garantia de que esteja intacta no dia seguinte”...
Há afirmações que passam por verdades. Não é o caso! Todos sabemos que a paixão amorosa (como todas as outras paixões!) é efémera. Mais
tarde ou mais cedo acaba, desaparece, vai-se embora, devendo ser substituída
por algo mais sustentável, o Amor, caso contrário a relação colapsa. Por que
não comparar a Democracia com algo mais prolongado, consistente? Mal de
qualquer Democracia que se revê numa inconstante paixão humana...
Os próximos 1000 posts!
Quem
insistir em acompanhar este Blog arrisca-se a conviver com o não conformismo e
a indignar-se contra o mal-estar. Uma bomba na infelicidade partilhada dos casais!!!
Números Redondos
Nos últimos dias o Blog http://viveradoisumdesafio.blogspot.com/
ultrapassou as 1000 visualizações. Soberbo!
O número 1000 constitui uma
realidade aritmética deveras curiosa. Aliás, a semana que passou foi marcada
por um palíndromo, 11/11/11, um
número carregado de simbolismo. E
repare-se que não sou adepto das teorias milenistas ou de outras concepções
esotéricas. Mas tantos zeros emparelhados acabam por provocar uma certa
distorção perceptiva e mexem com a consciência. Se dois zeros é muita coisa.
Então, três zeros juntos é muito mais. Estilhaça a lógica! Como assinalei no post de 1 de Novembro, sabemos da
complexidade dos fenómenos vivos que dois organismos associados representam
muito mais do que a mera soma de cada um deles. Ao unirem esforços criam
propriedades novas, diferentes. Aportam mais-valias, qualidades, virtudes,
superam-se na exigência e fazem apelo a uma complexidade crescente. Assim, é um
casal. O problema todo é que distraídos com as rotinas e as chatices do
quotidiano nem sempre nos damos conta dessa infinita riqueza. Mas, com o passar
do tempo, o caminho torna-se progressivamente mais estreito. Urge o bem-estar e
a felicidade...
Os números redondos têm algo de
especial, abraçam quem os escreve, numa suavidade especial, aconchegante e
ternurenta, qual abraço. E quem não precisa de abraços?
Os abraços, maternais, amigos,
apaixonados ou outros mais ou menos informais, distinguem-se de todas as
restantes modalidades de interacção social. São intencionais, ao afirmar uma
necessidade essencial, a de que precisamos deles. Por um abraço trespassa um
afecto e cada afecto resgata uma certa inocência perdida. Às vezes, não falar é
mentir, ainda que haja mentiras sinceras, caridosas. Se formos incapazes de
falar (e há tantas circunstâncias em que ficamos bloqueados, mudos de
palavras), pelo menos, vale a pena acolher o desejo de um abraço. É o que o
tentarei fazer através deste Blog: sem indulgência, procurar estar atento ao
desassossego da vida dos casais e descobrir as palavras no chão do quotidiano, nas esquinas da incerteza
do Amor; descobrir, subitamente, um livro, um filme, uma canção, uma frase, um
olhar que começa a falar-nos e que pode mudar a nossa vida. Vale acreditar nestes
precários milagres, pequenas
preciosidades não valorizadas, porque passam despercebidas na pressa do
consumismo que nos persegue. E, no fundo, sem delicadeza, vale a pena dizer que
não ajuda nada culpabilizar alguém quando procuramos ser felizes. As Ilhas só
existem no fundo da Solidão...
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Sexual Software
The simple, the complex, and the still-forbidden | Sexuality Resource
O Sexo, as Neurociências e os Computadores
O Sexo, as Neurociências e os Computadores
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Uma leitura sensata!
Para quem goste do tema recomendo um livro médico, feito com exigência, a
partir da evidência científica actual, mostrando que a Sexualidade
Humana continua (insiste!) a ser uma área desconcertante, fascinante
pela sua complexidade e absorvente pelas paixões que desperta.
Guardar Memórias
How Saving Memories Strengthens My Marriage | YourTango
O tempo fragmenta a nossa existência, vai espartilhando o que nos acontece, fruto da necessidade de dar resposta às necessidades imediatas, reagindo à pressão do quotiadiano.
Daí a necessidade de, longe a longe, fazer alguma arrumação. backbups, dos vários passados que reunimos com o passar dos anos. Aprecio todos aqueles que, generosamente, sabem integrar no "disco duro" da sua identidade todas as boas e, a maior parte, das suas múltiplas menos boas memórias.
quinta-feira, 3 de novembro de 2011
terça-feira, 1 de novembro de 2011
A crise dos 7 anos começa no pós-parto?
Como evitar o divórcio pós-bebé > Sexo & Emoções > Máxima.pt
Os filhos aproximam e afastam os casais. Esta constatação acontece em qualquer fase do ciclo de vida de um casal. Há que diga que o período do enamoramento desaparece logo após o nascimento do primeiro filho. Como em tudo não há regras. Tudo depende das pessoas envolvidas e do seu contributo para a vida em comum. Ou seja, um casal é sempre muito mais do que a mera soma aritmética de duas individualidades.
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