Em noite de Óscares uma escolha arbitrária e subjectiva de alguns dos melhores filmes românticos (ver link em anexo).
Romantismo conjuga-se com FANTASIA?
A partir de quando o Romantismo se afastou do nosso quotidiano? Quando a cultura francesa deixou de ser dominante nas elites ocidentais - questão impertinente mas necessária?
Ainda não há muito tempo prevalecia a ideia de que os livros existiam para nos salvar. Tudo o precisávamos de saber estaria nos livros. Neles reunia-se o conhecimento e a experiência, num manancial de registos, informais ou mais estruturados, fruto da organização das sociedade humanas. Entretanto, no Mundo atual é muito provável que essa responsabilidade esteja a passar para a internet. Cada vez mais a Web é a grande biblioteca de Alexandria dos tempos modernos. Na internet encontramos de tudo, ela é espelho do que vai acontecendo em todo o lado. A informação está lá mas não se encontra organizada, sistematizada, seriada. Compete a cada um nós fazer esse trabalho de uniformização, um pouco à semelhança do que fazíamos no passado com as agendas de bolso!
Mostrando até que ponto a internet é um verdadeiro jardim da Babilónia hoje, por acaso, encontrei uma pequena preciosidade. De seu nome: http://advancedstyle.blogspot.com/ . Trata-se de um blog altamente recomendável, que nos mostra “Seniores com estilo”. Senhores e senhoras já com uma provecta idade, mas com uma aparência inconfundível e personalizada, em paz com a vida e com o Mundo. E mostrando-se nessa passarela de culturas e de bom gosto que é Nova York.
Também no Amor colocamos a máscara que queremos. Nuns casos, a máscara serve para representar um papel, consoante os estímulos e as necessidades. Noutros casos, a máscara é a própria pessoa (a noção Grega de Máscara!).
Este vídeo dá conselhos, ensina a "Ser bom na cama": uma frase interessante, que alimenta fantasias em todas as cabeças, mas perigosa pelos equívocos que provoca. Tão perigosa como afirmar que a solidão não faz mal a ninguém. Precisamos de estar sós para pensar e para muitas outras coisas. Mas, recoheça-se que não há resiliência que aguente quando alguém SENTE-SE MAL por estar só!
Neste mundo globalizado faltam as singularidades, sobretudo, aquelas que fazem parte da cultura, da tradição das terras, do olhar das gentes, dos afectos das relações humanas. Da força da História…
Carminho, a portuguesa, e Alborán, o espanhol, transmitem essa singularidade com a eficácia do que é belo, sem abdicar do rigor da perfeição… É como um antídoto para almas cinzentas e pacatas.É imperdoável não ouvir. Ninguém consegue ficar indiferente!
As vozes completam-se, numa harmonia simples mas bonita.
Os estilos não se opõem. Aliás, esta canção é um “atrevimento” muito bem conseguido. Atrevimento porque existe a ideia preconceituosa de que o Fado para ser puro não se pode misturar com outros estilos musicais. Se o fizer abastarda-se, fica desvirtuado, acaba por perder a sua essência…
Além dos aspectos artísticos, ficamos surpreendidos pelo diálogo encantador (através da música!) entre um homem e uma mulher. Ao cantarem interpretam uma relação entre pessoas, dão-lhe corpo, tornam-na viva para que possa existir. As palavras explicitam essa relação, adjectivam os afectos (os bons e os maus) colocando-os a comandar o enredo amoroso.
Carminho y Pablo, qué angelados son!!!
Através das palavras adivinhámos um contorno ficcional que torna credível o envolvimento das duas pessoas. Os olhos que se fecham para apelar ao silêncio interior e aumentar a ressonância das vozes. A mímica facial do homem da guitarra, carregada de expressividade…Cómica porque registada mas dotada de uma naturalidade que desconcerta. E, acima de tudo, os corpos dos cantores que, embalados pela música, comunicam a necessidade do outro, a probabilidade do erro, a fraqueza associada aos gestos dos amantes. Esta canção não é só uma canção. Aliás, todas as canções nunca deveriam contentar-se em ser meras canções, ou seja, texto + música.
A palavra carícia por eles tantas vezes repetida ajuda-nos a tentar descobrir:
Por onde andam as vidas silenciosas e, tantas vezes, invisíveis?
Este filme acaba de ganhar o prémio da crítica no Festival Internacional de Cinema de Berlim.
É português. Fala de África. Fala do Amor. Segundo o autor, Miguel Gomes:
"Uma parte do filme tem a ver com a velhice, uma parte tem a ver com a juventude, outra parte tem a ver com a solidão. Uma parte tem a ver com a possibilidade do amor e de existir um casal."
"Sem precisar demonstrar que o colonialismo é uma coisa má. Existe memória disso, existe muita gente que regressou e viveu nas antigas colonias."
"Para preparar este filme eu conheci algumas pessoas que tinham uma banda em Moçambique e que me falaram da forma como estavam efetivamente ligados àquela terra. E diziam coisas com as quais eu politicamente estava completamente afastado e não tenho qualquer tipo de cumplicidade com isso."
"Mas ao mesmo tempo havia uma verdade emocional, na forma como eles descreviam o tempo que tinham passado em Moçambique e as coisas que tinham feito. E eu percebi que esse lado afetivo que, independentemente do sítio onde viviam e do regime político, estava muito ligado com a juventude."
Amo como ama o amor. Não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar. Que queres que te diga, além de que te amo, se o que quero dizer-te é que te amo?
Tu surpreendes-me, meu amor, com o silêncio dos amantes, já cheio de rugas mas viçoso de ânsias e sonhos. As horas, os dias, as semanas voaram. Suspiraram… Até caírem, exaustos, sobre a terra. Os relógios lembraram-se de marcar o tempo com o sabor do CHOCOLATE, do CHOCOLATE. E choraram de saudade. Choraram, choraram, choraram. Até perderem a corda.
Ofereço-te o meu coração de chocolate, para o próximo dia de S. Valentim, aquele Santo que ficou sem a cabeça mas continua a inflamar os nossos corações!
O que acontece se, em determinada fase, por múltiplas razões, um dos membros do casal desata a ganhar peso, a perder as curvas? A relação acaba? A libido vai-se embora? O Endocrinologista corre o risco de enriquecer?
A má sorte toca a todos... Foi o que se passou com um dos 007, talvez o mais carismático, P. Brosnan...
Keely, a sua esposa, nunca chegou a perder os quilos adquiridos aquando da última gravidez. Se calhar, não foi possível. Às tantas nem tentou! A Sra. colide com um certo modelo dominante de estética corporal, sempre associado à beleza, à saúde, à juventude. Num certo imaginário, que todos acabamos por alimentar, são estas características que tornam as mulheres muito sexies. Keely entra em rota colisão com os padrões de beleza anoréxicos das revistas de moda e outras que tais. E, ao fazê-lo merece ser elogiada. Mostra o que tem, sem preconceitos. Atenta contra os nossos olhares?! Afinal, o problema é nosso por que Keely : “não é exatamente a bond girl idealizada!”
O mistério vai ficar por desvendar. Pode ter acontecido algo que só diz respeito à sua privacidade, convenhamos!!! O Sr. ex-007 nunca veio a público manifestar o seu descontentamento - que se saiba! A libido do ex-007 não foi desviada para outras encarnações!? Não constam murmúrios de conflito conjugal. Brosnan já elogiou as curvas atuais da sua esposa, repita-se o nome:... Keely Shaye Smith.
Em matérias de curvas, cada um tem as quer ou as que pode gerir...
Há as curvas que se apresentam em público, na euforia dos disparos dos flashes, quando o glamour transpira de todos os poros, e há as curvas da intimidade (as melhores!). Cada qual fica com as suas!
A propósito de curvas e das consequências que delas resultam, todas as reflexões sérias e concisas merecem ser destacadas. É o caso do texto incluído no interessante blog “Liberal, Libertário, Libertino”: Falhamos com nossas mulheres.
Apesar de cantar em inglês esta voz é muito portuguesa, chama ao presente muito da nossa cultura, dos nossos encantos e da nossa maneira de ser. Nele, Porugal comunga a tradição com os desafios da modernidade. Está, em particular, não é uma canção que me fascine mas merece ser mencionada porque associa a voz de Rita Redshoes, alguém que também sabe utilizar o inglês sem sotaque!
Um jornal de hoje apregoa que um conhecido jogador “...nem dorme para dar razão a Jesus”. Nesta frase, com desprendimento, está a revelar toda a sua humanidade que peca por ser frágil e precária (passou a ter um problema de sono!), sujeita às múltiplas contingências da vida. Quando menos se espera estes achaques manifestam-se, acompanhando uma ou outra preocupação, cisma ou desejo não consumado. Nos últimos dias o atleta desdobrou-se em declarações de amor ao novo clube.
Aliás, para quem está atento às leituras e às imagens do futebol, é fácil apreender que no mundo do “desporto rei” são frequentes as expressões românticas e os tiques que empregamos na actividade amorosa (ver à direita a imagem do nosso querido Eusébio e a sua sentida declaração de amor clubístico).
Todos os amores precisam de um objecto, uma entidade para onde canalizar incondicionalmente tudo o que a nossa "Pessoa" quer, deseja, procura, sonha…
Sem qualquer desprimor para os intervenientes, os jogadores em causa, ou a instituição que representam, assumem os pergaminhos da nossa nacionalidade e alimentam um certo imaginário colectivo. Dei comigo a tentar compreender a natureza deste muito original vínculo amoroso, deste estilo de relacionamento e das suas consequências que me atrevo a conceptualizar sob a forma de 5 perguntas:
Numa paixão clubística há poliamor? Amam-se muitos ao mesmo tempo?
E que se passa com quanto à infidelidade? Fica-se com uma dor onde?
As relações são consumadas?
Se o desempenho não está à altura, surgem disfunções?
Quando se quebra um amor clubístico a desilusão é maior ou menor do que noutras situações?
