quinta-feira, 29 de março de 2012

"A megera foi-se embora" - Fugas e Olhares

Imagem Google + IPhoto

   Algo de desconcertante se apodera do olhar dos homens que acabam de ser abandonados pelas respectivas esposas. Há ali uma mistura da rigidez do granito com o desconsolo do choro das crianças. 
   Afinal, esse olhar cria uma espécie de paz social e celebra um compromisso tácito entre as partes: ela já abandonou o lar e ele ainda não deprimiu.
    Em simultâneo, o olhar encerra uma tempestade anunciada, é o pronuncio das tormentas que poderão acontecer logo que o “efeito megera” começar a tolher o juízo dele. Nada pior que a consciência mórbida de um homem abandonado (despeitado!)...

quarta-feira, 28 de março de 2012

Cohabitation Won't End In Divorce As Long As You're Engaged? | YourTango

Cohabitation Won't End In Divorce As Long As You're Engaged? | YourTango

Ódios de estimação, cozinham-se com muitas experiências e servem-se bem quentes

In: http://www.clubesdv.com/amoreodio/


Sem qualquer pudor, em pouco tempo, talvez alguns meses, ele desviou (desbaratou!) uma soma avultada, uma parte significativa, do património comum. Fê-lo até saciar os vícios que sempre alimentou ao longo da existência, nisso foi coerente consigo próprio. Deu cabo do dinheiro e não lhe disse nada. Fechou-se em copas, num silêncio pretensamente cúmplice…
Ela ficou de rastos quando as dívidas começaram a acumular-se. Com a angústia perdeu o sono. Deixou de comer. Isolou-se do mundo, fugiu de toda a gente. Em alguns momentos de maior melancolia, por vezes, dá consigo a recordar a sua cerimónia de casamento. Recorda-se que quando partilharam os votos matrimoniais ouviu alguém falar nos bens adquiridos após o casamento. Como essa reminiscência se perdeu no tempo! Já nada resta.
   -Olho para ele e não resisto a pensar: Só sobrou o ódio. O que sinto é apenas ódio.
 Pensa mas não diz nem faz nada. Tolhida pelo medo da vergonha social. Impotente para fazer uma certa ruptura.
Pressente-se nesta declaração mais um sinal do regresso ao passado, à ideia de uma ordem inquestionável, legitimada por um indefinível interesse público e imposta pelo medo. No passado tudo se tolerava, ninguém era chamado a assumir responsabilidades. Daí os ódios de estimação, alimentados pelo ressentimento... De facto, dantes nas relações conjugais imperava a autocracia, o posso, quero e mando. Ela ainda não percebeu que a democracia está a passar pela vida dos casais, abrindo espaço à expressão do descontentamento, à afirmação das necessidades individuais. De tal forma que não se deu conta, que insiste em recorrer a soluções (auto-destrutivas!) que não resolvem nada. Com o olhar fixo no horizonte distante, sem pressas, ao de leve balbuciou:
   -Vou vingar-me nos calmantes.
Desconhece-se o alcance de semelhante expressão: traça um destino? Está carregada de simbolismo?

segunda-feira, 26 de março de 2012

Crise trava divórcios. Unidos pelas dívidas | iOnline

UNIDOS até QUANDO?

Crise trava divórcios. Unidos pelas dívidas | iOnline

 Há uns meses atrás a notícia já tinha aparecido. Tem-se verificado um decréscimo do número de divórcios. À medida que a crise económica avança mistifica-se a realidade? Ou, afinal, os casais não estão em crise?  Estranha forma de amor: "Unidos pelas dívidas!"

Buika - No Habrá Nadie En El Mundo

Buika - No Habrá Nadie En El Mundo - YouTube

   Como soa estranho o Flamengo nesta voz de áfrica! A candura  da Guiné-Equatorial com o frenesim da música andaluz conjugam-se muito bem quando as sensações precisam de ser recompostas, cansadas que estão...

domingo, 25 de março de 2012

Reininho, numa versão bem Doce!

Rui Reininho - Bem Bom - YouTube

   Talvez, uma das canções mais sexy dos anos 80 portugueses!

The 50 Hottest Celebrities Over Age 40

    No acaso de um dia em que mudou a hora, passamos do horário de Inverno para o horário de Verão, surge mais um exemplo em que o Tempo para alguns (algumas!) não se quer efémero... Photoshop a quanto obrigas? Deleitam-se os olhos? Estamos a ser enganados ou é tudo verdade, pura realidade?
    O doce encanto das nossas percepções...

sábado, 24 de março de 2012

Conjugalidade


     O Casal, enquanto realidade intrinsecamente humana, acompanhou o próprio processo histórico.
   Os modelos de funcionamento de um casal não são uniformes nem universais. Entretanto, partilham algumas características comuns, a título de exemplo:
  1.   A democraticidade do funcionamento e
  2.   A obrigatoriedade da partilha e da interacção. Esta última premissa quando ausente acaba por provocar danos colaterais!


Albert Einstein pelos vistos afirmou que "A mente que se abre a uma nova ideia jamais voltará ao seu tamanho original". Talvez seja esta força primordial de qualquer casal: o todo, se os intervenientes assim entenderem, poderá ser muito mais do que a mera soma das partes...

O Princípio Calimero

Imagem obtida através do Google

    Há uma natural economia de meios no seu pensamento. É desassombrado no que diz, apesar de medir as palavras:
    - Tinha que acabar com o namoro, já tinha dado o que tinha a dar. O problema todo é que não fiquei bem. Nada em mim está resolvido, questiono tudo, estou a dar em louco tanta a insistência das minhas inquietações, que apavoram aquilo que faço. Até os amigos já se estão a afastar. Dizem que ando ríspido, respondo a torto e a direito. Será que a deixei por causa de mim ou por causa dela? Foi o meu mau desempenho sexual, sempre ali a perturbar-me desde a primeira vez? Não saberei funcionar de outra maneira que não seja ejaculando rapidamente? A ejaculação precoce será a minha pessoa, não as consigo distinguir?
     Queixume semelhante se percebe, às vezes, no olhar desolado dos inconformados de tudo o que existe... Sejam homens ou mulheres, casados ou não. Fartam-se de fazer filmes com as suas cabeças convencidos que podem ser uma poderosa máquina sexual...

quinta-feira, 22 de março de 2012

Os cegos sabem fazer amor?


Jorge Luís Borges pelo pintor argentino Luís de Bairos Moura





O olhar funciona como uma linguagem essencial de atração. Ele ajuda a despoletar todos os outros sentidos. Os normovisuais apercebem-se da outra pessoa, o objeto erótico, através da visão e isso facilita imenso a relação sexual, dá uma orientação ... A visão é um estado inicial que, quando ultrapassado, se liga aos outros sentidos: olfato, audição, tato e até paladar. A imagem é construída pelo conjunto de todos eles. Ultrapassado o momento inicial da atração, os outros sentidos são somados contribuindo para o jogo amoroso. Ou seja, ainda que a visão seja um poderoso estímulo na sexualidade, os cegos aprendem que nem todas as visões são impressas pela retina.

Apesar do efeito consensual dos vários sentidos, que interagem entre si, coloca-se a questão: os cegos sabem fazer amor? E como o fazem? Tiram partido dos outros sentidos?
imagem Google

    É conhecida a plasticidade cerebral e o modo como é importante para vida de relação e a adaptação ao meio ambiente. Mediante essa extraordinária propriedade o cérebro é capaz de se remodelar em função das experiências do sujeito, reformulando as suas conexões em função das necessidades e dos factores do meio ambiente. Na ausência da entrada de um sinal visual de que forma a estrutura cerebral desenvolve habilidades e como se adapta à privação desta modalidade sensorial? Um estudo com 38 participantes divididos em 3 grupos de acordo o grau de deficiência visual, incluindo a deficiência congénita, foi testado com o objectivo de explorar as habilidades dos sujeitos cegos e as diferenças neuroanatómicas no hipocampo e na região cerebral para processamento espacial. Tiveram que realizar uma tarefa que incluía a aprendizagem de um labirinto. Os resultados evidenciam que os cegos congénitos possuem habilidades de navegação e um volume do hipocampo superior comparativamente com os restantes    A privação visual não prejudica a informação espacial e a actividade motora. A investigação tem demonstrado que a visão não é necessária para ter uma boa representação do espaço.
Bibliografia
Lahav O, Mioduser D. Construction of cognitive maps of unknown spaces using a multi-sensory virtual environment for people who are blind Computers in Human Behavior, Volume 24, Issue 3, May 2008, Pages 1139-1155.
Jednorog, K. & Grabowska, A. (2008). Behavioral manifestations of brain plasticity in blind and low-vision individuals. Acta Neurobiologiae Experimentalis. Vol 68(1), pp. 83-90.
França, D.& Azevedo, E. (2003). Imagem Corporal e Sexualidade de adolescentes com cegueira, alunos de uma escola pública especial em Feira de Santana, Bahia. Ciências médicas. biológicas., Salvador, vol. 2, nº 2, p. 176-184.


segunda-feira, 19 de março de 2012

Digo, PAI!

  De todos e em todos os Pais!


Imagem
Wisdomalive

quinta-feira, 15 de março de 2012

Boa Publicidade!


  Todos já ouvimos falar de publicidade enganosa: quase sempre, aquela que nos entra em casa pela televisão, pela internet, pela caixa de correio, tantas vezes,inundada de folhetos ou brochuras, ou nos poros dos dedos que contactam com um jornal diário.  
   Também muito se tem escrito sobre a ineficácia das campanhas publicitárias em torno da prevenção de determinadas doenças ou para minimizar alguns comportamentos de risco. Todos se lembram das mensagens sensacionalistas nos maços de tabaco: "Fumar mata!". Até hoje desconheço qualquer artigo credível que revele as perdas de ganhos das tabaqueiras graças a este tipo de publicidade... A experiência empírica demonstra que pouco mudou nas dependências tabágicas, por força deste tipo de estratégias de sensabilização da opinião pública.
    Mas em publicidade há pequenas pérolas. Imagens e mensagens extraordinárias. Vale a pena dizer que há ideias que funcionam: esta é uma delas. Sensibilizar a mulher em relação à palpação mamária tirando partido da influência do seu companheiro. Genial! Parabéns aos autores! Pois, na verdade há situações em que se confunde o amor com a pessoa amada. O cancro é uma delas. O companheiro também faz do processo... É que, com a eventualidade de perder aquela pessoa, também se perde um pouco do que acreditamos em relação ao amor...

quarta-feira, 14 de março de 2012

Os Tempos Mudam!

  
Da América Latina, podia ser de qualquer parte do mundo!
  Dantes lutava-se pelo fim da Guerra, no Sudoeste Asiático, nas Colónias portuguesas de África, e pedia-se mais amor: Make Love, Not War!  Hoje, por esse Mundo fora as palavras de ordem têm outra conotação mas não será que dizem o mesmo? O que mudou em 30 anos? A História ainda existe?

domingo, 11 de março de 2012

Os Domingos à tarde

Foto da Life Magazine


Para incentivar o passeio dos casais ao Domingo, à tarde, a bicicleta deveria ser o meio de transporte recomendado. Suprimam-se os passeios intermináveis em filas intermináveis de carros. Ninguém, nem ele nem ela, tira proveito desses momentos. O tédio apodera-se daquele pedaço do dia. Mais uma vez! Tal e qual como noutros Domingos! Quase sempre ela acaba por adormecer a meio da viagem, enquanto ele vai ouvindo o desenrolar do jogo de futebol.  Mas, no fim tudo está bem quando termina bem e o dever conjugal acaba por ser respeitado: marido que se preze tem que levar a esposa a passear logo a seguir ao almoço de Domingo...

E quando as pessoas se cansam das outras pessoas?

Em tantos copos de vodka ou outras bebidas, mais ou menos espirituosas, tomadas em muitas discotecas nas noites de fim de semana encontra-se gente que perdeu o jeito de viver com outra gente. O álcool anestesia a mágoa e (des)conforta a solidão. O álcool potencialmente transforma-nos em falsos super-homens!
    Perante o desatino das relações, há que se canse de conhecer pessoas. Nalguns caso, a solidão mais do que um estado de espírito acaba por ser uma opção de vida!

Leonard Cohen - Going Home (Old Ideas 2012)


   Ao som de uma melodia assim nostalgica dá jeito pensar como:
        "...Aprecio um brinde: “À confusão dos nossos inimigos”. Não tenho nenhuns, só uma ternura infinita pelo azul das árvores e o amarelo do mar. E peço: digam-me mentiras.
By Pedro Marta Santos, in: http://www.escreveretriste.com/author/marta/

quinta-feira, 8 de março de 2012

Salvem os homens!

in: http://frasesilustradas.wordpress.com/





Sim, salvem-se estes pobres coitados, enquanto for possível…
    De forma descomprometida eis algumas reflexões irremediáveis de um empedernido adepto da bola num dia dedicado a ELAS: 
  
1.   Pode parece estranho falar de mulheres e do seu dia, pouco depois de ter acontecido em Nou Camp um jogo de futebol que celebra a estética de uma arte (sim, aquela disputa entre uma bola e 22 homens pode ser uma arte!), a criatividade técnica mas também a combatividade masculina. Desgraçados dos jogadores do país da Sra. Merkl que olharam para a mul­ti­dão de Nou Camp e, com toda a certeza, nunca se sentiram tão amargurados ao longo de 90mns. Uma amargura que soube a solidão. Ainda por cima, num jogo que decorreu num dos lados menos arianos da Espanha Conservadora…

2.   É impossível tentar apre­ciar o que, em boa ver­dade, não se com­pre­ende. Neste Dia Internacional da Mulher importa afirmar uma profunda consternação: os homens e as mulheres que existiam à data em que se convencionou criar este Dia Internacional não são os mesmos com que nos cruzamos, hoje em dia, por esse Mundo. Tanta água passou debaixo da ponte: as mentalidades sofreram uma reciclagem, os papéis de Género tornaram-se mais flexíveis (e, nalguns casos, foram reajustados por completo a ponto de nos sentirmos confusos!), as mulheres invadiram o mercado de trabalho e tornaram-se independentes, em termos financeiros.
3.   Se há um século tudo acontecia de acordo com uma ordem natural(?), tal e qual como ontem à noite a bola des­lizava nos pés de Lionel Messiuns mandavam e outros (neste caso, outras!) obedeciam, na actualidade a nitzscheniana von­tade de poder já contaminou novos (neste caso, novas!) protagonistas e os actores que tradicionalmente decidiam tudo andam para aí meios perdidos e assarapantados, que nem uns danados. Sem atropelos, elas insinuam-se na rígida constelação dos que mandam. Com uma suavidade aprendida, elas estão a mudar as regras do jogo, para bem da Humanidade e do Planeta que todos habitamos. Só fazem asneira quando tentam copiar os modo de funcionamento dos machos ómegas - o estereótipo masculino -.
Está na altura de suprimir este Dia Internacional…
           Homens e Mulheres do mundo inteiro, uni-vos (sem malícia!)!

domingo, 4 de março de 2012

Olhar profundo

Uma busca da profundidade e da distância através do olhar
Na poeira dos dias cruzámo-nos com  determinados olhares que são impressionantes.
Daqueles que chegam ao fundo da alma, tanta é a vontade comunicar.
    Um olhar que afaga a vida, desfaz todas as certezas e conforta as mágoas acumuladas no tempo. Há seres que têm essa qualidade rara. O que torna única e muito, muito generosa a possibilidade de partilhar a sua vida com a nossa. Conviver com eles é um privilégio e interpela qualquer rígido resmungão.
    Para estes seres a dor não pode ser o destino final...
Obrigado P.!  

Paul Krugman : Falsa Super-Star?

in: http://www.newsrealblog.com/2011/04/30/paul-krugmans-convenient-lie-about-global-warming-science-1/




Playboy Interview: Paul Krugman : Playboy.com

Esteve em Portugal esta semana.Recebeu o título de Doutor Honoris Causa (merecido?) por três Universidades portuguesas (caso único!). Almoçou com o Primeiro-ministro. Deu entrevistas que despertaram sururu entre políticos e não só. Fica a questão: o que torna um homem brilhante? A força das ideias, mesmo quando estas são contraditórias? O charme? A imagem bem cuidada? O mediatismo? A sinceridade descomprometida? O empenhamento no serviço público? A cultura? A sinceridade? Os afectos? Ou todas estas características já não fazem sentido no Mundo actual...

quinta-feira, 1 de março de 2012

O Romance dos Corpos!




   A intimidade começa com um beijo. Vemos isso neste vídeo sobre bailado, um genuíno pas de deux. Sobre a atracção dos corpos. Sobre a origem do amor?
  Aos 5mns e 20s os bailarinos beijam-se, coisa inusitada numa coreografia, e a partir daí os corpos fundem-se...
   Uma pergunta fascinante: é mesmo o primeiro beijo dos amantes que cria as condições necessárias para o (progressivo) aparecimento da intimidade?
Ou seja, um beijo e logo nasce um casal?
O Rui Veloso cantava que:

(…)Quero o meu primeiro beijo
não quero ficar impune
e dizer-te cara a cara
muito mais é o que nos une
que aquilo que nos separa
Promete lá outro encontro
foi tão fogaz que nem deu
para ver como era o fogo
que a tua boca prometeu
pensava que a tua língua
sabia a flôr do jasmim
sabe a chicla de mentol
e eu gosto dela assim(…)
    Andamos acabrunhados em tantos rodeios, rituais e esquemas de sedução que se esquece o essencial: o beijo… Essa estranha e sedutora fragrância.
[Porra, tantas palavras bem intencionadas em torno do romantismo será um sinal preocupante de Demência Pré-Senil?].