quarta-feira, 1 de fevereiro de 2012

No futebol, como viver o amor?

Um jornal de hoje apregoa que um conhecido jogador “...nem dorme para dar razão a Jesus”. Nesta frase, com desprendimento, está a revelar toda a sua humanidade que peca por ser frágil e precária (passou a ter um problema de sono!), sujeita às múltiplas contingências da vida. Quando menos se espera estes achaques manifestam-se, acompanhando uma ou outra preocupação, cisma ou desejo não consumado. Nos últimos dias o atleta desdobrou-se em declarações de amor ao novo clube.
Aliás, para quem está atento às leituras e às imagens do futebol, é fácil apreender que no mundo do “desporto rei” são frequentes as expressões românticas e os tiques que empregamos na actividade amorosa (ver à direita a imagem do nosso querido Eusébio e a sua sentida declaração de amor clubístico).

Todos os amores precisam de um objecto, uma entidade para onde canalizar incondicionalmente tudo o que a nossa "Pessoa" quer, deseja, procura, sonha…
Sem qualquer desprimor para os intervenientes, os jogadores em causa, ou a instituição que representam,  assumem os pergaminhos da nossa nacionalidade e alimentam um certo imaginário colectivo. Dei comigo a tentar compreender a natureza deste muito original vínculo amoroso, deste estilo de relacionamento e das suas consequências que me atrevo a conceptualizar sob a forma de 5 perguntas:

  1. Numa paixão clubística há poliamor? Amam-se muitos ao mesmo tempo?
  2. E que se passa com quanto à infidelidade? Fica-se com uma dor onde?
  3. As relações são consumadas?
  4. Se o desempenho não está à altura, surgem disfunções?
  5. Quando se quebra um amor clubístico a desilusão é maior ou menor do que noutras situações?

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