quinta-feira, 24 de maio de 2012

Duas moscas e uma casa de banho

imagem Google





















De noite vai-se à casa de banho (prefiro o substantivo, banheiro: é mais carinhoso!) por razões fisiológicas. De manhã impõe-se um motivo mais prosaico: lavar o corpo para o despertar, sacudi-lo eliminando os restos do sono, e dessa limpeza resulta uma preocupação estética: preparar o que somos para ser apresentado em público ao longo do dia nos contactos que faremos na rua,  no emprego, nos transporte públicos e nas conversas com as pessoas conhecidas.
O banheiro é, depois da cama, o sítio em que o casal mais mistura o que é privado com o que queremos que os outros se apercebam.É uma narrativa que se desenrola em dois planos quase sobrepostos. Em certa medida, o banheiro reflecte o perfil de cada casal, o modo que eles se relacionam. Nele há um aforismo natural da vida de cada casal.
 Não é nas coisas extraordinárias e bizarras que se encontra a excelência de qualquer par humano. O que investe de especial importância a extraordinária crónica de Fernando Alves na TSF. Ela diz-nos do que não queremos para os nossos banheiros. Do modo como um banheiro pode retratar a condição humana.

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