Sem saber porquê deixou-se encantar pelo colorido das cápsulas. Elas inebriavam, seduziam como ninfas perdidas num qualquer oceano. Acabou por as tomar todas. O corpo começou a desfalecer, num ritmo pouco cadenciado. Quando acordou sentiu o contacto desagradável da sonda naso-gástrica na garganta. Apercebeu-se que não foi desta, não tinha conseguido os seus intentos. Afinal, a morte não queria nada com ele. É o que acontece a todos os tolos da cabeça: não se compreendem e não controlam o que fazem. Ela tinha-o posto assim: sôfrego de vida e sôfrego de morte.
Só os tolos é que se apaixonam?
Vamos pô-los de castigo e condená-los à solidão?
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