domingo, 21 de outubro de 2012

Os homens ainda querem casar?

Este vai mesmo CASAR!!!!!!! (in:  site papodehomem.com.br)

 
    
   Há alturas em que dizemos adeus a uma data de coisas. Uma das que mais custa largar é a Juventude, essa efémera companheira que nos pisca o olho numa certa fase da vida, aquela em que somos o centro do mundo, transbordamos energia e saúde. Nessa fase do ciclo vital passamos a influenciar tudo, ou quase tudo, que nos acontece e temos que tomar algumas decisões... É o caso de saber se vamos dar o nó com alguém, encontrar a nossa alma gémea para juntar os trapinhos e constituir uma nova família, pondo em prática ou, pelo menos, tentando, esforçando-nos para concretizar alguns sonhos antigos e, dessa forma, fazer a diferença face à nossa família biológica.
    Regra geral, nesse momento surge a questão: como escolher alguém para partilhar a existência? Como ter sucesso nessa escolha? O que leva as pessoas a casarem ou a criarem laços conjugais?
   Provavelmente existem vários filtros, que vão participando no processo de escolha. Mas nas escolhas conjugais as influências externas ao indivíduo, para o mal e para o bem, são determinantes.
   A título meramente exemplificativo podem-se apontar as seguintes motivações:
·       A importância das relações precoces, ou seja, aquilo que se teve (ou não!) na Infância e na Adolescência. O modo como as vivências iniciais, com os adultos que então nos rodearam, modelou a nossa vida psicológica vai influenciar as escolhas que faremos uns anos mais tarde.
·      Um antídoto à solidão. Nalguns casos, a opção de viver com alguém decorre de uma necessidade muito concreta: não suportamos a solidão! Esta torna-se desconfortável quando o indivíduo tem de estar sozinho e se acompanha por um sentimento penoso de desamparo. Por conseguinte: a percepção de estar sozinho, o sentimento de desamparo e a necessidade irremediável de alguém  são os três elementos constitutivos da solidão, interpenetrando-se e misturando-se. E são eles que levam algumas pessoas a procurar alguém, mesmo abrindo mão de algumas convenções (sociais ou outras).

·      O nível educacional: A literatura científica explica que a educação é um factor importante na escolha do parceiro conjugal em muitas sociedades. Assim, nalgumas situações os graduados universitários preferem casar com pessoa do mesmo nível académico ou com mais graduação(sobretudo as mulheres): as competências académicas associadas ao poder económico. Koehler (2005) predicted that female undergraduates may have a stronger preference for partners who are college graduates to non college graduates while male undergraduates indicated that it is not too important that their partners should be college graduates (procurar esta citação nalguns motores de busca, como é o caso do Google). É como se as mulheres fossem mais permeáveis à importância do estatuto social.
·      A influência da família biológica (casamentos arranjados): a escolha de alguém sem um contacto prévio. Por exemplo, nalgumas aldeias chinesas a noiva e o noivo se encontram pela primeira vez no seu dia do casamento. Em alguns casamentos hindus de casta superior, as crianças são prometidas em uma idade muito jovem e não têm escolha na decisão. Numa forma menos extrema de casamento arranjado, os pais podem fazer a escolha mas os interessados têm direito de veto. Numa modalidade extrema de casamento arranjado, por ex: nos Yoruba na Nigéria, o casamento era combinado antes da noiva nascer.

    Pensar, de forma categórica, que “hoje em dia os homens já não querem casar” é um risco não calculado. É uma meia verdade, que não se pode generalizar a todos os homens e em todas as circunstâncias. Convém perceber que o que está em jogo prende-se com uma união estável entre duas pessoas, que envolve a cohabitação ou o casamento, e que decidem constituir família em plena comunhão de vida. É, por aproximação, esta a definição de relação conjugal que vamos encontrar na maioria dos Códigos do Processo Civil, na cultura ocidental. E, por natureza, este tipo de relacionamento, à semelhança de todas as outras relações humanas acarreta riscos, nem sempre, fáceis de serem geridos por todos os que a eles se aventuram. Citando os versos de uma canção do último disco de Sebastião Antunes dos “Quadrilha”, (procurar igualmente, por ex: no youtube): “Sei que a vida não nos dá tudo(...)/O tempo enche as coisas de poeira/ Mas não as muda de lugar”. Ao ouvi-la percebemos que nos relacionamentos conjugais quando as pessoas querem mesmo essa opção de vida, ela acaba por acontecer e depois é o risco de viver e construir o dia a dia, com fracassos e êxitos, (muitas) tristezas e (muitas) alegrias.

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