Nesta frase, frequente na boca de pessoas já com as rugas dos anos, pode estar toda a resignação de um conformismo aprendido, fruto de camadas sucessivas de más experiências, como pode estar o princípio basilar de uma certa forma (melancólico-pessimista!) de olhar a vida...
Contra a resignação e a indiferença aconteceu ontem uma Greve Geral em vários países europeus. Não interessa analisar se foi a melhor opção ou foi oportuna (outros farão essa leitura!)...
Da austeridade imposta, que está a levar a um insuportável sofrimento colectivo neste pequeno recanto da Europa, há um domínio que escapa às luzes da actualidade propagada pelos mass media.
Prende-se com o impacto profundamente maléfico resultante da aplicação cega do novo Código de Trabalho.
A liberalização dos horários de trabalhos e o tão propagado banco de horas, que abusivamente veio substituir o pagamento de horas extraordinárias, estão a desmantelar a harmonia de muitas famílias. Basta haver desfasamento nos horários de trabalho dos cônjuges para que algumas rotinas combinadas sejam postas em causa.
E, pouco a pouco, o Sábado e o Domingo estão a entrar no funcionamento habitual de muitas empresas, o fim de semana, como tempo de lazer, de descanso e de convívio familiar corre o risco de passar à História e tornar-se numa recordação bondosa das conquistas laborais da segunda metade do séc. XX.
Em breve (vamos permitir?) só duas das grandes religiões monoteístas continuarão a respeitar um dia de descanso semanal. Onde está a indignação da Igreja Católica?
É a vida?
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