terça-feira, 23 de agosto de 2011

Les Indes galantes. Les Sauvages

        A 23 de Agosto de 1735 Jean Philippe Rameau estreou uma obra singular: “Les Indes Galantes”. Quem a ouve depressa se apercebe que estamos perante uma ode ao Amor e ao Multiculturalismo, fenómeno que, nos últimos tempos, tem assustado tantas boas consciências e é, por isso, tão criticado, vilipendiado. Cantos de sereia!
       A convivência amorosa requer diplomacia. Mais do que a política a gestão relacional de um casal envolve a negociação, de quase tudo, ainda que não permanentemente. Mas a co-existência de dois seres sob o mesmo tecto e com o mesmo projecto de vida precisa de música, de uma melodia que inebrie e possa dar sentido às diferenças, às separações, aos ataques de individualismo. 

     Obras como “Les Indes Galantes” dão sentido e recompõem. Retemperam as forças vitais e fazem apelo ao que é essencial. Ingredientes necessários ao sustento da nossa alma.A música ou qualquer outro motivo de interesse comum, que funcione como objecto de partilha, alimenta o Amor, ajuda os dedos a viajarem à boleia dos olhos. E o Amor quando palpita faz atrasar os ponteiros do relógio.

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