Pessoas frágeis forçam o aparecimento de casais
disfuncionais e infelizes? Nem sempre, mas o risco existe, acaba por ser
inevitável. Sobretudo, quando o stress exterior ao casal desaba sobre a
estrutura familiar ou se um ou os dois membros do casal transportam consigo uma
elevada sobrecarga psicopatológica. E, nalgumas circunstâncias os dois factores
de risco (o externo e o interno) coexistem. Quando tal acontece, temos um
verdadeiro “caldo de cultura” para a infelicidade daquele casal. Um autêntico
esplendor na relva que favorece o despoletar da doença mental!
O que acaba
por ser altamente mórbido tem a ver com a persistência dessa fragilidade,
acumulada com os anos. Ninguém faz nada para mudar nada: até parece que as técnicas de Desenvolvimento Pessoal não merecem ser postas à prova. Quanto mais intrinsecamente antiga, mais irredutível se apresenta a dificuldade. Está-se mesmo a ver que aquilo
vai dar para o torto. As pessoas teimam em repetir os mesmos erros. As armas são conhecidas: os caprichos, os amuos, as lutas
de poder, as agressões verbais, a choradeira apelativa, o papel de vítima. A
culpa é sempre do(a) outro(a)!
Por detrás do
mal-estar individual podemos encontrar o medo. Sem uma justa medida, instala-se
o medo de ser abandonado ou de ser atraiçoado...O medo de não estar à altura
das exigências dele ou dela. De não o (ou a...) conseguir satisfazer. O medo de
ficar dependente. O medo de perder poder.
Até que ponto os nossos medos são influenciados pelo Género? Homens
e mulheres reagem de forma distinta? Dito de outro modo, mais tendencioso: perante
uma situação exigente os homens irritam-se e as mulheres assustam-se? E “Fear is a matriarchy; fear is passed down through mothers”? Um post
de um dos Blogs da revista Psychology
Today (http://www.psychologytoday.com/node/74901: Are Women's Fears Different from Men's Fears?) ajuda-nos a
reflectir sobre esta disparidade.
PS: o Verão vai-se embora, custa acreditar... Ao de leve, foi prolongando a sua presença no mês de Setembro. Encantou e mostrou que há Esperança para além da Troika! Basta acreditar e transformar alguns dos (pequenos) gestos do quotidiano, aqueles gestos simples que fomos capazes de descobrir na arte do Mestre Júlio Resende que hoje se despediu da vida... Bem haja pela sua obra!
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